Uma base de pesquisa, totalmente isolada, segue funcionando normalmente, mesmo após os cientistas terem sido forçados a evacuar o local meses atrás. Localizada na plataforma de gelo Brunt, na Antártida, a Estação de Pesquisa Halley VI foi projetada para ser habitada por cientistas. No entanto, recentes ameaças de tremores durante o inverno obrigaram a estação a fechar suas portas.
A evacuação, porém, é apenas uma medida de segurança temporária. Mas mesmo tendo sido abandonada, isso não significa que as importantes pesquisas desenvolvidas na estação devam parar. De acordo com pesquisadores da British Antarctic Survey (BAS), em anúncio emitido pela primeira vez durante uma paralisação, a Halley VI manteve com sucesso suas medições de clima, ozônio e clima espacial sem a presença de um ser humano desde de fevereiro deste ano.
Uma tarefa praticamente impossível, mas como explica Thomas Barningham, um dos cientistas da estação e líder do Projeto de Automação da Halley, até o momento os sistemas operaram em temperaturas de até -43ºC e foram capazes de superar ventos que chegaram a atingir até 43 nós. A plataforma, ainda de acordo com Barningham, mantém seu sistema ligado. E, por ter sido projetada para tal, deve seguir funcionando normalmente.
Descrita como "base fantasma", pela Live Science, a Halley, se mantém operacional graças a um sistema de energia autônomo. O núcleo da plataforma é uma micro-turbina, que está instalada no interior de um contêiner. A temperatura interna pode ser controlada e precisa continuar girando 24 horas por dia, sem receber nenhuma manutenção até novembro, momento em que os pesquisadores voltam à estação.
Outra ferramenta responsável por viabilizar essa missão é um instrumento chamado "AutoDobson", uma versão automatizada de um dispositivo que permitiu à Halley Research Station descobrir originalmente o buraco da camada de ozônio nos anos 1980.
O projeto, hoje, é também uma chance de levar o Halley VI de volta para onde deveria estar. E isso, depois de dois invernos off-line em 2017 e 2018.
Antártica
A Antártida é o segundo menor dos continentes. Maior apenas que a Austrália, com uma superfície de quatorze milhões de quilômetros quadrados, a Antártida rodeia o polo sul e é coberta por enormes geleiras. Sua formação ocorreu pela separação do antigo supercontinente Gondwana, há cerca de 100 milhões de anos. Já seu resfriamento aconteceu nos últimos 35 milhões de anos. É o continente mais frio, mais seco, com a maior média de altitude e de maior índice de ventos fortes do planeta.
A temperatura mais baixa da Terra foi registrada ali, -93,2 °C. A temperatura média na costa, durante o verão, é de -10 °C; no interior do continente, é de -40 °C. Pesquisadores a consideram como o grande deserto polar. A altitude média da Antártica é de aproximadamente 2000 metros e ventos chegam a atingir velocidades de aproximadamente 100 km/h. São comuns e podem durar vários dias. Além disso, ventos de até 320 km/h já foram registrados na área costeira.
Devido às condições climáticas, não tem população permanente. Porém, existe sim a presença de uma "população provisória" de cientistas e pessoal de apoio nas bases polares, que pode oscilar entre mil (no inverno) e quatro mil pessoas (no verão).
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