Fonte: GD Gazeta Digital
Início de década, criações tecnológicas ainda engatinhando, um mercado de comunicação impressa não muito estruturado, mas com forte concorrência. Este era o cenário em que o jornal A Gazeta se inseria a partir de maio de 1990. Inovador desde o seu primeiro número, o jornal chegava às bancas para disputar espaço com outros 3 jornais tradicionais na cidade.
Para a surpresa do próprio idealizador do ousado projeto, João Dorileo Leal, o veículo caiu nas graças do leitor rapidamente e já no primeiro ano de atuação chegou ao topo da preferência popular. E tem sido assim desde então, sempre com índices de 80% ou mais de liderança.
Nesta entrevista, Dorileo, presidente do Grupo Gazeta de Comunicação, descreve o processo de construção da marca, a evolução do produto, destaca a importância dos parceiros e também fala sobre os desafios da comunicação impressa nos dias atuais.
Quase 3 décadas atrás, o jornal A Gazeta chegava às bancas pela primeira vez. O que mais marcou naquele 23 de maio de 1990?
Nós conseguimos começar um projeto um ano antes da primeira edição e concluir exatamente dentro do período proposto. Isso é inédito, por toda a estrutura própria envolvida para colocar um jornal na rua. O que mais me marcou naquela época foram as noites que nós viramos dentro do redação, amanhecendo no jornal, porque tudo para nós era novo, tecnologia nova, os problemas inerentes a um projeto tão grandioso. Me marcou muito as noites perdidas e mal dormidas, mas que compensaram depois em razão do sucesso do jornal.
O pioneirismo sempre foi um objetivo a ser alcançado? Por que?
Sempre perseguimos isso. Começamos um projeto de um grupo de comunicação, optamos pelo jornal ser a célula-mater do grupo porque era o veículo mais difícil a ser produzido diariamente, mas ao mesmo tempo foi o veículo que deu o selo de credibilidade que o grupo precisava para consolidar os demais projetos de comunicação, quer eram a TV e o rádio. Com essa força conquistou um espaço importante, de credibilidade, dando condições para que a TV pudesse integrar o Estado inteiro via satélite, adquirir as primeiras emissoras de rádio, enfim, a célula-mater do grupo foi o jornal. E numa fase difícil, porque nós começamos num mercado extremamente disputado e concorrido.
Tínhamos o Jornal do Dia, inaugurado pelo saudoso Archimedes Pereira Lima, depois o deputado Benedito Alves Ferraz, também o Estado de Mato Grosso, o mais antigo daqui, além do Diário de Cuiabá, e entrava A Gazeta. Logo depois, veio a Folha do Estado. Ou seja, todos jornais diários disputando um mercado que não era assim tão grandioso. Portanto foram momentos que tínhamos que buscar a excelência e o pioneirismo acima de tudo para sobreviver nesse mercado e nós conseguimos.
O senhor esperava que em tão pouco tempo o jornal assumisse a liderança do mercado?
Buscávamos isso, tínhamos esperança na qualidade do produto que estávamos colocando no mercado, fazendo um jornalismo aberto, transparente, independente acima de tudo, pois sempre foi um cuidado nosso e achávamos que, em perseguindo esses objetivos, não chegaríamos à liderar logo de cara o mercado, mas conseguiríamos nos posicionar bem. Para a nossa surpresa, conseguimos liderar logo no primeiro ano do jornal e hoje, completando 29 anos, constatamos que nunca perdemos uma pesquisa sequer no Ibope. O que é mais importante não é apenas a liderança, é se manter na liderança com índices acima de 80%, o que é inédito no Brasil. O jornal A Gazeta foi praticamente unanimidade.
A construção de uma marca reconhecida pelo público passa por quais fatores principais?
São muitos os fatores. Qualidade, compromisso, horário de entrega do jornal para leitura, muitos desafios vencidos, abrir o jornal para opiniões diversas, para estabelecer o debate, oportunizando a todos expressar a sua opinião. E dando responsabilidade aos jornalistas, assinando suas matérias, o que não era um prática na época nossa, isso responsabiliza o jornalista e passa para o leitor uma credibilidade, porque tem alguém ali respondendo por aquilo que ele está lendo. Mas acho que tudo isso se resume numa palavra: credibilidade. O jornal, ao longo desses anos, se pautou por ser um produto em que o leitor confia.
A defesa dos interesses da população sempre foi a tônica do jornal. Essa linha continuará a ser seguida?
Foi o que nós definimos desde a inauguração, de que nós teríamos que ter uma atuação de defesa intransigente dos interesses de Mato Grosso, de Cuiabá, em especial, mas acima de tudo ser o defensor da cidadania, do cidadão, dos interesses da sociedade e buscar projetos com cunho social e que trouxessem resultados para a sociedade, o que nós sempre fizemos. E fazer o nosso papel, que é dar resposta a quem nos procura. Eu acho que é isso que construiu a parceria de sucesso entre o jornal e seu leitor.
Uma trajetória de sucesso obviamente não se constrói de forma isolada. Qual é o peso dos parceiros/anunciantes no processo de crescimento e consolidação do Grupo Gazeta?
Sem eles não seria possível sobreviver. Não tenho dúvidas em dizer que somos o jornal em que aqueles que buscam anunciar no impresso sempre fizeram a opção pela Gazeta. Sempre tivemos a maior fatia do mercado publicitário impresso, continuamos tendo, somos a opção primeira de mídia tanto aqui em Mato Grosso quanto fora daqui. As agências hoje são muito profissionais, muito técnicas e elas se pautam pelas pesquisas e pelo peso que você tem em seu mercado de atuação. Os parceiros reconhecem na Gazeta um produto muito bom para se anunciar e nós ao mesmo tempo somos gratos por esse privilégio, essa escolha, essa preferência. Certamente, sem os anunciantes, nenhum veículo consegue sobreviver.
De que forma o jornal impresso deve se posicionar diante do avanço tecnológico na área da comunicação e das mídias como um todo?
Ouvimos muito nos últimos tempos de que, com o avanço tecnológico, alguns veículos perderiam o mercado a ponto de desaparecer. Eu não acho que é esse o caminho. Hoje inclusive há uma discussão muito forte de que o governo atual do país está buscando as televisões, os jornais, porque não se sustenta só com as redes sociais, que elegeram o atual presidente. Isso demonstra a força da mídia tradicional, acompanhando essas mudanças no mundo. Continua o impresso sendo muito forte, a melhor forma de consulta, de credibilidade. As pessoas vão nas redes sociais hoje e querem confirmar na mídia tradicional. Claro que com o avanço das redes sociais diminuiu um pouco o espaço de outros veículos, mas não irá, de forma alguma, acabar com eles. Uns terão mais dificuldades, outros menos, acho que o mercado será mais enxuto para o futuro, mas creio que haverá espaço para todos.
Início de década, criações tecnológicas ainda engatinhando, um mercado de comunicação impressa não muito estruturado, mas com forte concorrência. Este era o cenário em que o jornal A Gazeta se inseria a partir de maio de 1990. Inovador desde o seu primeiro número, o jornal chegava às bancas para disputar espaço com outros 3 jornais tradicionais na cidade.
Para a surpresa do próprio idealizador do ousado projeto, João Dorileo Leal, o veículo caiu nas graças do leitor rapidamente e já no primeiro ano de atuação chegou ao topo da preferência popular. E tem sido assim desde então, sempre com índices de 80% ou mais de liderança.
Nesta entrevista, Dorileo, presidente do Grupo Gazeta de Comunicação, descreve o processo de construção da marca, a evolução do produto, destaca a importância dos parceiros e também fala sobre os desafios da comunicação impressa nos dias atuais.
Quase 3 décadas atrás, o jornal A Gazeta chegava às bancas pela primeira vez. O que mais marcou naquele 23 de maio de 1990?
Nós conseguimos começar um projeto um ano antes da primeira edição e concluir exatamente dentro do período proposto. Isso é inédito, por toda a estrutura própria envolvida para colocar um jornal na rua. O que mais me marcou naquela época foram as noites que nós viramos dentro do redação, amanhecendo no jornal, porque tudo para nós era novo, tecnologia nova, os problemas inerentes a um projeto tão grandioso. Me marcou muito as noites perdidas e mal dormidas, mas que compensaram depois em razão do sucesso do jornal.
O pioneirismo sempre foi um objetivo a ser alcançado? Por que?
Sempre perseguimos isso. Começamos um projeto de um grupo de comunicação, optamos pelo jornal ser a célula-mater do grupo porque era o veículo mais difícil a ser produzido diariamente, mas ao mesmo tempo foi o veículo que deu o selo de credibilidade que o grupo precisava para consolidar os demais projetos de comunicação, quer eram a TV e o rádio. Com essa força conquistou um espaço importante, de credibilidade, dando condições para que a TV pudesse integrar o Estado inteiro via satélite, adquirir as primeiras emissoras de rádio, enfim, a célula-mater do grupo foi o jornal. E numa fase difícil, porque nós começamos num mercado extremamente disputado e concorrido.
Tínhamos o Jornal do Dia, inaugurado pelo saudoso Archimedes Pereira Lima, depois o deputado Benedito Alves Ferraz, também o Estado de Mato Grosso, o mais antigo daqui, além do Diário de Cuiabá, e entrava A Gazeta. Logo depois, veio a Folha do Estado. Ou seja, todos jornais diários disputando um mercado que não era assim tão grandioso. Portanto foram momentos que tínhamos que buscar a excelência e o pioneirismo acima de tudo para sobreviver nesse mercado e nós conseguimos.
O senhor esperava que em tão pouco tempo o jornal assumisse a liderança do mercado?
Buscávamos isso, tínhamos esperança na qualidade do produto que estávamos colocando no mercado, fazendo um jornalismo aberto, transparente, independente acima de tudo, pois sempre foi um cuidado nosso e achávamos que, em perseguindo esses objetivos, não chegaríamos à liderar logo de cara o mercado, mas conseguiríamos nos posicionar bem. Para a nossa surpresa, conseguimos liderar logo no primeiro ano do jornal e hoje, completando 29 anos, constatamos que nunca perdemos uma pesquisa sequer no Ibope. O que é mais importante não é apenas a liderança, é se manter na liderança com índices acima de 80%, o que é inédito no Brasil. O jornal A Gazeta foi praticamente unanimidade.
A construção de uma marca reconhecida pelo público passa por quais fatores principais?
São muitos os fatores. Qualidade, compromisso, horário de entrega do jornal para leitura, muitos desafios vencidos, abrir o jornal para opiniões diversas, para estabelecer o debate, oportunizando a todos expressar a sua opinião. E dando responsabilidade aos jornalistas, assinando suas matérias, o que não era um prática na época nossa, isso responsabiliza o jornalista e passa para o leitor uma credibilidade, porque tem alguém ali respondendo por aquilo que ele está lendo. Mas acho que tudo isso se resume numa palavra: credibilidade. O jornal, ao longo desses anos, se pautou por ser um produto em que o leitor confia.
A defesa dos interesses da população sempre foi a tônica do jornal. Essa linha continuará a ser seguida?
Foi o que nós definimos desde a inauguração, de que nós teríamos que ter uma atuação de defesa intransigente dos interesses de Mato Grosso, de Cuiabá, em especial, mas acima de tudo ser o defensor da cidadania, do cidadão, dos interesses da sociedade e buscar projetos com cunho social e que trouxessem resultados para a sociedade, o que nós sempre fizemos. E fazer o nosso papel, que é dar resposta a quem nos procura. Eu acho que é isso que construiu a parceria de sucesso entre o jornal e seu leitor.
Uma trajetória de sucesso obviamente não se constrói de forma isolada. Qual é o peso dos parceiros/anunciantes no processo de crescimento e consolidação do Grupo Gazeta?
Sem eles não seria possível sobreviver. Não tenho dúvidas em dizer que somos o jornal em que aqueles que buscam anunciar no impresso sempre fizeram a opção pela Gazeta. Sempre tivemos a maior fatia do mercado publicitário impresso, continuamos tendo, somos a opção primeira de mídia tanto aqui em Mato Grosso quanto fora daqui. As agências hoje são muito profissionais, muito técnicas e elas se pautam pelas pesquisas e pelo peso que você tem em seu mercado de atuação. Os parceiros reconhecem na Gazeta um produto muito bom para se anunciar e nós ao mesmo tempo somos gratos por esse privilégio, essa escolha, essa preferência. Certamente, sem os anunciantes, nenhum veículo consegue sobreviver.
De que forma o jornal impresso deve se posicionar diante do avanço tecnológico na área da comunicação e das mídias como um todo?
Ouvimos muito nos últimos tempos de que, com o avanço tecnológico, alguns veículos perderiam o mercado a ponto de desaparecer. Eu não acho que é esse o caminho. Hoje inclusive há uma discussão muito forte de que o governo atual do país está buscando as televisões, os jornais, porque não se sustenta só com as redes sociais, que elegeram o atual presidente. Isso demonstra a força da mídia tradicional, acompanhando essas mudanças no mundo. Continua o impresso sendo muito forte, a melhor forma de consulta, de credibilidade. As pessoas vão nas redes sociais hoje e querem confirmar na mídia tradicional. Claro que com o avanço das redes sociais diminuiu um pouco o espaço de outros veículos, mas não irá, de forma alguma, acabar com eles. Uns terão mais dificuldades, outros menos, acho que o mercado será mais enxuto para o futuro, mas creio que haverá espaço para todos.
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